O ar voltou aos meus pulmões!
Por um longo instante achei que não conseguiria
continuar. Tudo parece menos confuso e mais simples
agora, e aquela nuvem negra que pairava sobre
minha cabeça já não existe mais.
Os sonhos voltaram a ser mais claros,
as palavras voltaram a ser doces, e deixaram de
me torturar.
O dia é mais dia, e a noite é mais calma. Meus
pensamentos não me machucam mais, eles me fazem
voar entre as nuvens das sutis lembranças que
carrego dentro de mim.
Agora sei quanta falta esse ar fresco me fazia,
meu coração bate mais forte, e sorriso resplandece
em meio a escuridão do vazio que vejo em meio ao mar
de gente.
Pois agora entendo o desconsolo dos desentendidos,
e o abandono dos miseráveis.
Pois quando meu ar faltou aos pulmões, os
olhos se fecharam para o mundo e o que via
era apenas uma pobre miserável, miserável de sentidos,
miserável de amor, me na encontrei vala dos sem sonhos,
daqueles que não conseguem enxergar nada além
de si e da própria dor. Vivi a tristeza dos que
não tem mais lágrimas pra chorar, dos que não
encontram na alma uma razão certa pra existir.
Mas agora sei, que a vida corre em minhas veias de novo.
Sei ver a simplicidade dos olhares, pois renasci
para o desconhecido, e quero seguir me aventurando
nessas estradas incertas.
E só sei que minha caminhada vai ser completa
se o ar dos meus pulmões não mais me faltar...
Vou seguir, com o brilho dos olhos de uma criança
contente, sem medo de me perder, pois agora sei
que sem o meu ar não posso e nem quero viver.
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