terça-feira, 20 de maio de 2008

Viver o Luto

Aula de psicanálise seria uma maravilha
se não fosse a psicanálise...
A primeira coisa que escutei batendo a
porta escandalosamente ao entrar foi:
"É preciso que o sujeito passe pelo luto
para trazer o objeto libidinal perdido para ele mesmo."
Básicamente, viver o sofrimento,
chorar todas as lágrimas, oscilando entre
o estado eufórico e o depressivo, ou seja
comendo todos os chocolates do mundo, tendo
alguns ataques de riso algumas vezes, ao mesmo
que você agride verbalmente algo ou alguém na
frente do espelho...
Mas e quando as lágrimas não parecem ser suficientes?
E quando a tristeza parece ser maior do que se é?
As vezes a melhor solução parece estar não fazer nada.
Tantas palavras, planos, cenas passam ao mesmo
tempo na cabeça, mas no final das contas você só
continua vivendo.
O grande prodígio de estar vivo é simplismente viver...
Consiguir abrir os olhos depois de estarem tão
embaçados de tanto chorar e dizer: É! mais um dia!
O sofrimento nos faz mais humanos, nos ensina
a encontrar a alegria em pequenos detalhes, consolo
em palavras simples e grandes feitos em pequenos atos.
Talvez as grandes percas que sofri, não tenham sido
sentidas por inteiro, porque sempre prefiri ser forte.
Porém não se vence uma guerra se você não passa
por batalhas, não se ganha méritos sem que de alguma
forma você não tenha derramado um pouco de si
pelo caminho.
Por tanto viver o luto não nos impede de caminhar,
mas também não alivia o que temos que passar para
nos tornamos pessoas menos egoístas e prepotentes.
Não chorar, é sim se acovadar de si mesmo, é
se negar sua natuza, é negar sua essência, é economizar
alma, e não permitir que todos sentindos entendam o
que é sentimento.
Portanto, se for preciso...chore...grite...ou fique em
silêncio.

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