segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Ciúmes

Fico aqui pensando e me corroendo:
O coisinha mesquisita é o homem!
Era pra ser tudo mais simples, se não
quisessemos prender os sentimentos
das outras pessoas.
Estudar o ser humano só me leva a me
conhecer mais, e mais ainda, saber de sentimentos
que não sabia como sentir anteriormente
pois me esquivava de me machucar...só que
quando estamos falando de amor, não é bem
assim que as coisas funcionam...
O amor literalmente te torna mais vulnerável,
pois não é só você com você mesmo, ele
te coloca diante de uma dependência que
nunca havia imaginado que teria.
E tudo piora quando você cogita dividi-se mais um pouco
com outra pessoa,com o que chamamos
o terceiro da história, e o terceiro pode ser
qualquer coisa, amigos, trabalho, objetos...
Parece que isso rasga os sentimentos.
As vezes intencional, outras vezes indiretamente,
mas só de pensar em dividir sentimentos, parece
que as pernas já bambeiam, e aí não confinça
que resista...Nem tendo nervos de aço, sabe por quê?
Porque nos conhecemos tão bem, e sabemos da
nossa natureza.
Nós, enquanto raça humana, lutamos a vida inteira...
Alguns por terrítório, por reconhecimento, por pura
competição mesmo...E o que todas tem em comum?
Conquista!
Somos tão carentes de nós mesmos, que pra satisfazer
nosso ego, nós colocamos a disposição da conquista, e
como toda relação que adquirimos envolve situações
egóicas, com o amor não seria diferente.
O ciúme é aproximação mais explicita entre o amor
e o ódio.
O problema é que a natureza do homem, não eh puramente
como do animal, seguida somente por instintos...
Os humanos sentem, e não somente sentem como
racionalizam esses sentimentos, isso é chamado de emoções.
Emoções não se tratam somente de um sistema complexo
localizado no meio do nosso cérebro, chamado sistema límbico.
Emoções carregam um pouquinho de tudo que
há em nós, nossas alegrias, tristezas, frustrações e euforias.
E é nas emoções que o ciúme acaba com os sonhos
construídos em torno do grande objeto de desejo, na maioria
dos casos o amor.
O ciúmes é traiçoeiro, instintivamente nos causa desconfiança,
que nos deixa com o pé atrás, mecanismos de defesas naturais
desenvolvidos por gerações, e que só parecem atrapalhar
quando se tratam dos nossos sentimentos.
Por isso é tão angustiante sentir isso, pois é uma
dúvida que nunca queremos tirar por medo da verdade.
Brincar com a verdade é algo tão perigoso e pode magoar
tanto.
Por isso todo cuidado é pouco.
Pois pode brincar de ser sincero, mas nunca pode
se fingir de mentiroso, inclusive para si mesmo.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Déjà vu

É...é preciso coragem...
Coragem e um largo sorriso pra
enfrentar o que te faz choarar...
Não um sorriso falso, mas um sorriso
irônico, um sorriso que sabe que
as coisas vão melhorar, e se não
melhorarem, ao menos a tristeza me
viu sorrir...
Não há nada que me provoque, não
a nada que tire meus olhos do que meu
coração tanto almeja....
Não me rendo ao cansaço, não
me rendo a monotonia e nem
ao descaso.
Pois se tudo carrego uma lição,
das tristezas contarei histórias, e dos
sorrisos farei o desfecho de um livro.
E quando os dias felizes vierem,
vou abraçar o mundo, e com esperaça
e com a língua afiada, vou satirizar
os dias em que não conseguia enxergar
o sol entre as nunvens...
E vou fazer minha companheira minha
liberdade, liberdade de escolher as coisas
que me fazem bem, e que não maltratam
meu corpo. E que eu possa conhecer
sabores, cheiros e sons diferentes daqueles
que estou habituada a sentir.
E que cada vez eu fuja com grande agilidade
do conformismo, para não limitar minha vida
a sorte, e tão pouco ao azar, pois não sou merecedora
de coisa alguma, apenas vivo.
E quando a tristeza vier novamente,
que simplicidade me envolva e que
eu consiga enxergar a ultima
gota súbita de esperança.
E que os momentos me envolvam
em uma vitalidade plena, e que o abandono
não faça parte dessa plenitude.



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Déjà vu: é uma reacção psicológica, para por vezes tornar
um local mais acolhedor,
fazendo com que sejam transmitidas idéias
de que já se teve naquele lugar antes,
já se viu aquelas pessoas, etc..
O termo é uma expressão da língua francesa
que significa, literalmente, já visto.